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Robótica transforma cirurgia de catarata

Um dia você ainda vai precisar fazer a cirurgia de catarata. Isso porque, faz parte do envelhecimento o cristalino, lente do olho responsável pelo foco, ficar opaco. Não por acaso, a doença é apontada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como a maior causa de cegueira tratável no mundo. A única forma de eliminar o embaço é a cirurgia. Mas calma. A robótica permite que depois da operação volte a enxergar tão bem quanto um jovem de 20 anos.

Não quer dizer que você vai ficar no centro cirúrgico com um robô. Segundo o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, um dos pioneiros no Brasil a utilizar esta técnica, a robótica substitui os cortes manuais por um laser ultra preciso e rápido que faz as incisões no olho sob o comando de um cirurgião experiente. Isso evita pequenas imprecisões causadas pelo tremor natural das mãos do especialista, por mais experiente que ele seja. O resultado é uma cirurgia menos invasiva, mais precisa, com menos trauma para os olhos e de recuperação mais rápida.

Crescimento no Brasil

Queiroz Neto ressalta que a doença ocular que mais cresce no Brasil é a catarata por causa do aumento da população com mais de 60 anos no país. A projeção do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é de que em 2020 seremos 40 milhões de brasileiros nesta faixa etária. Levantamento da OMS mostra que a catarata atinge 17% das pessoas entre 55 e 65 anos, 47,% das que têm entre 65 e 75 anos e 73% das que têm mais de 75 anos. A doença responde por 350 mil casos de cegueira no Brasil e 18 milhões no mundo.

De acordo com estudos internacionais, observa, a técnica personaliza o procedimento, torna a cirurgia mais segura e previsível, além de reduz a necessidade de usar óculos. Entretanto, ressalta, o resultado refrativo após a operação depende do conhecimento que cada cirurgião tem sobre a fisiologia da córnea e outras condições de saúde que interferem na qualidade da visão. Este é o caso de portadores de diabetes e outras doenças que dificultam a cicatrização porque a cirurgia a laser facilita a recuperação.

Cirurgia convencional

O especialista afirma que independente da técnica, toda cirurgia de catarata segue cinco passos: incisões na córnea, capsulotomia (incisão da cápsula do cristalino), quebra e remoção do núcleo da catarata, remoção do córtex e implante de lente intraocular que vai substituir o cristalino.

Na cirurgia convencional as incisões são feitas manualmente, o que exige grande habilidade do cirurgião. Ao contrário do que muitos imaginam, o médico explica que a remoção do núcleo e do córtex são feitos por ultrassom, não por laser. “O tempo prolongado de exposição ao calor do ultrassom induz ao astigmatismo e faz muitas pessoas precisarem usar óculos após a cirurgia”, comenta.

Cirurgia a laser

O especialista explica que o sistema possui dois componentes integrados: um laser de femtosegundo, tecnologia utilizada na cirurgia refrativa feita inteiramente a laser, e uma OCT (tomografia de coerência ótica). Mas a aspiração do cristalino continua sendo feita pelo ultrassom.

A OCT tira medidas das duas faces da córnea, do cristalino e da câmara posterior que são projetadas em telas para o cirurgião programar os cortes da cirurgia conforme a anatomia de cada olho.

Técnica pode zerar o astigmatismo

O laser, comenta, faz cortes precisos e numa inclinação autosselante que dispensa o fechamento com pontos. Esta precisão, destaca, evita distorções visuais provocadas pela cicatrização irregular que pode ocorrer no método convencional. “Por isso a cirurgia pode zerar o grau de astigmatismo com uma incisão relaxante na córnea, localizada no lado oposto ao desvio do eixo da visão. O resultado é a diminuição da necessidade de usar óculos” relata.

Mais segurança no trânsito

Também personaliza a capsulohexis, corte circular contínuo na face anterior da cápsula do cristalino. Esta personalização evita o deslocamento da lente intraocular. Isso aumenta a segurança no trânsito porque melhora a correção de aberrações visuais que atrapalham a visão noturna.

O médico destaca que a cirurgia a laser é mais segura porque a fragmentação nuclear é feita pelo laser. Por isso, o olho fica menos tempo exposto ao calor do ultrassom. Isso diminui a morte de células do endotélio, camada interna da córnea. “Estas células são irrecuperáveis e fundamentais para a boa visão porque garantem a transparência da córnea” destaca. Para ele o alto índice de aposentados que se mantêm ativos segundo o IBGE, é uma prova de que a boa visão na terceira idade se tornou essencial no país.

Contra-indicações e sinais da catarata

Queiroz Neto afirma que quem pretende optar pela nova tecnologia não deve adiar a cirurgia de catarata. Isso porque, a catarata muito madura é uma das contraindicações para o procedimento a laser. Outras contraindicações são a presença de cicatrizes na córnea e pupilas que não dilatam.

Os primeiros sinais da doença elencados pelo medico são:

· Mudança frequente do grau dos óculos.

· Perda da visão de contraste.

· Dificuldade de enxergar à noite ou em ambientes escuros.

· Aumento da fotofobia (aversão à luz).

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